21 de janeiro de 2016

"SANTIDADE AO SENHOR".

   Se é santo porque é nascido de novo, nova criatura, separado por Deus e para Deus. É possível viver uma vida santa e só assim poder contemplar o Senhor na Sua glória. Deus não exige de nós perfeição, seu intento é nos moldar, é fazer com que nos esforcemos para obedecê-lo, observando, atentando e cumprindo a Sua palavra para uma vida em santidade. Ele quer nos fazer capazes de acreditar que somos santos como Ele é: “Porque escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo.” 1Pedro 1.16

O que é santidade?

Etimologicamente a palavra é originada do hebraico Kadosh. Não se trata de ler a bíblia com entusiasmo, frequentar os cultos religiosamente e orar sem cessar. Santidade significa honrar a Deus pela nossa vida através de atitudes que o glorifiquem. É viver no mundo, mas não andar como o mundo anda. É lutar contra a carne e se separar para Deus. A santidade não se restringe ao corpo apenas, no vestir, no olhar, mas no agir, no falar, etc. O homem que vive em santidade é separado dos costumes mundanos (tudo o que é mau e corrompido) e de tudo que é contrário à vontade de Deus. O livro de Romanos no capítulo que segue, sob o conselho de Paulo, traça um contraste entre dois tipos de vida. Ele nos direciona a pensar no caminho a seguir para cumprir a santificação desejada por Deus: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita a lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.Romanos 8:5-8.

17 de janeiro de 2016

Lição 3 - Esperando a Volta de Jesus

TEXTO ÁUREO
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."
(1 Ts 5.23)

VERDADE PRÁTICA
Com relação à volta de Jesus, só há dois tipos de crentes: os que serão arrebatados e os que ficarão.

OBJETIVO GERAL
Compreender que a volta de Jesus é iminente. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar que precisamos aguardar a volta do Senhor com fé e perseverança;
Explicar algumas atitudes errôneas diante da vinda de Jesus;
Compreender as atitudes do servo fi el ante a volta do Senhor.

INTRODUÇÃO
Ninguém sabe o dia e a hora em que Jesus voltará. A Palavra de Deus não nos revela quando se dará esse grandioso acontecimento. Logo, é indispensável estarmos preparados para aquele dia que tanto ansiamos. Precisamos viver em santidade, pois Jesus poderá voltar nesse minuto em que você está lendo esta lição. Você está preparado? 
Infelizmente, há muitos cristãos que não estão preparados para subir ao encontro do Salvador. Estes estão descuidados, adormecidos, assim como as "virgens loucas" da parábola de Mateus 25. Muitos estão sem o azeite, que representa o Espírito Santo. Outros negligenciam o testemunho cristão e acabam por escandalizar o Evangelho. No entanto, a volta de Jesus será repentina. A surpresa é o fator preponderante. Por isso, a santificação é o requisito fundamental para o encontro com o Senhor nos ares, em sua volta (1 Ts 5.23). 

PONTO CENTRAL
Esperando a volta de Jesus de modo irrepreensível.

I - AGUARDANDO A VOLTA DO SENHOR
1. Com fé e vigilância. Jesus exortou os discípulos a serem vigilantes. Ele afirmou: "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor" (Mt 24.42). Por não sabermos a data da segunda Vinda de Jesus, temos de ter uma conduta ilibada em nosso dia a dia. Temos que aguardar a volta de Cristo em santidade e com o coração repleto de fé. Precisamos também desejar a volta de Cristo, como os crentes de Tessalônica. Eles ficaram tão convictos e anelantes ante a mensagem que os missionários lhes pregaram concernente à segunda Vinda de Cristo, que entendiam que a mesma ocorreria naqueles dias enquanto estavam vivos (1 Ts 4.15,17).
2. Cheio do Espírito Santo. Jesus ensinou a Parábola das Dez Virgens (Mt 25) para mostrar o que significa estar pronto para o seu retorno. Com esta parábola também aprendemos que cada um de nós é responsável, diante de Deus, por sua condição espiritual.  As virgens prudentes representam os crentes fiéis, que esperam a vinda de Jesus em santidade e cheios do Espírito Santo. As prudentes tinham azeite em suas vasilhas. Este azeite representa a presença do Espírito Santo. As virgens "loucas" ou imprudentes tinham azeite, mas era pouco, suas lâmpadas logo se apagariam (Mt 25.8). As loucas representam os crentes descuidados quanto à vinda de Jesus (o Noivo) e que permitem que a chama do Espírito se extinga: "E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta" (Mt 25.10). Sem a presença do Espírito Santo é impossível o crente esperar a vinda de Jesus de forma santa. 
3. Em santidade e em amor. Ser santo é ser separado, consagrado para o Senhor. A Palavra de Deus nos exorta a sermos obedientes e santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.13-15). Sem santidade ninguém poderá ver o Senhor (Hb 12.14). Santidade é condição indispensável a quem se diz crente e deseja ir para o céu, ao encontro do Senhor Jesus. Que jamais venhamos a amar a prática do pecado, pois Jesus está às portas. 
O que identifica um crente que vive uma vida santa? O que identifica uma pessoa santa é antes de tudo, o seu amor altruísta. Jesus disse: "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13.34,35). É o amor que identifica se somos ou não um cristão. Quem não ama seu irmão não experimentou o novo nascimento, logo precisa se converter a Jesus Cristo e nascer de novo (1 Jo 2.9, 11). 

SÍNTESE DO TÓPICO I
Aguardando a volta do Senhor com fé e vigilância.

CONHEÇA MAIS
*A grande tribulação
“A grande aflição” (Mt 24.21). A palavra grega thlipsis significa ‘tribulação’ e é usada para definir sofrimentos terríveis, matanças e doenças. Todas os profetas
do Antigo Testamento preveem esse período anterior à grande intervenção redentora de Deus em favor de seu povo no final da história. A referência que Jesus faz dessa tribulação como ‘nunca houve’ na história do mundo, se ajustará à visão profética do Antigo Testamento.”
Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 626.

II - ATITUDES ERRÔNEAS DIANTE DA VINDA DE JESUS
1. Ignorar a vinda de Jesus. Certa vez, ao ensinar a respeito do seu retorno (Mt 24.45-51), Jesus contou uma parábola sobre um servo fiel e prudente e um mau servo. Quem é o mau servo? Jesus mostra que é aquele que diz: "O meu senhor tarde virá" (Mt 24.48). Então, este passa a viver de modo negligente, desatento, maltratando seu conservos e completamente alheio à volta de seu senhor. Muitos, infelizmente, estão vivendo como o "mau servo" da parábola. Porém, a este, diz o Senhor: "Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes" (Mt 24.50, 51). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade da vinda de Jesus, há muitos que estão "brincando" de ser crentes, ignorando a iminente vinda do Senhor e agindo como o mau servo. Viva com responsabilidade! Siga o exemplo do servo fiel e prudente e jamais negligencie a obra de Deus nem se embarace com as coisas deste mundo (Mt 24.45,46). 
2. Escarnecer das profecias. A Palavra de Deus nos alerta que nos últimos dias haveria homens escarnecedores: "Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação" (2 Pe 3. 3,4). O apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a matemática de Deus quanto à contagem dos tempos, dizendo: "Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Há teólogos contemporâneos, que dizem que a volta de Jesus é apenas uma utopia. Isso é escarnecer dessa verdade bíblica.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Muitos crentes, erroneamente, ignoram a vinda de Jesus e escarnecem das profecias. 


III - ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA DO SENHOR
1. Ter uma vida irrepreensível. Isso só é possível na vida do crente através do poder redentor, libertador e purificador do sangue de Jesus mediante a fé. Tomemos como exemplo a vida do apóstolo Paulo. Ele tinha uma vida correta; não dava lugar à repreensão, censura, ou à crítica pertinentes. Certa vez, ele afirmou que andava "diante de Deus com toda a boa consciência" (At 23.1). No capítulo 5 da Primeira Epístola aos Tessalonicenses, ele exorta os crentes a serem também irrepreensíveis: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a  vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.23). Não é somente o seu corpo físico, visível que deve ser conservado puro, mas seu espírito e alma, partes invisíveis, também devem ser conservados corretos. 
Há crentes que são como os "sepulcros caiados", pois em seu interior, em sua alma e espírito, há somente podridão. Estes são arrogantes, invejosos, amargurados, cheios de ódio, etc. Sejamos santos em todo o nosso ser, pois em breve Jesus virá. 
2.Não dar lugar à carne. Atualmente, muitos crentes estão se aproveitando da liberdade cristã para dar ocasião à carne (Gl 5.13). Muitas igrejas não passam de "clubes religiosos", onde não se vê compromisso nem santidade; "incham" em número, porém não crescem na "graça e conhecimento" (2 Pe 3.18). Não se esqueça de que em breve Jesus virá e aqueles que andam segundo a carne não herdarão o Reino de Deus (Gl 5.21). Não podemos nos esquecer de que o mesmo Deus que é amor (1 Jo 4.16), é também "um fogo consumidor" (Hb 12.29). 
3. Dar frutos. Como crentes precisamos dar bons frutos até a vinda de Jesus. As lutas do nosso dia a dia e as tristezas não podem nos impedir de frutificar. Trabalhar na obra do Senhor não é nada fácil; enfrentamos lutas e tristezas, mas logo nos esquecemos de tudo quando vemos almas se rendendo aos pés do Senhor Jesus, sendo batizadas em águas e no Espírito Santo. São, na verdade os frutos, a glória, o gozo, a alegria, e a coroa de todo o nosso trabalho. Trabalhe para o Senhor, seja um semeador. Pregue a Palavra de Deus enquanto é tempo, pois o Dia do Senhor virá, quando não poderemos mais anunciar a salvação. Ainda existem muitas pessoas para serem salvas. Muitos estão esperando para ouvir a respeito do Evangelho. Faça a sua parte, frutifique, ganhe vidas para o Senhor Jesus.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O servo fiel ante da volta do Senhor procura ter uma vida irrepreensível, dando muitos frutos.

CONCLUSÃO

Em breve Jesus virá. Você está preparado para a sua vinda? As consequências de nossas escolhas serão eternas. A salvação é individual. Que o Senhor nos ajude a ter consciência e vivência, dentro do padrão divino para esperarmos a volta de Jesus, conforme os ditames de sua santa Palavra, amando a sua vinda.

10 de janeiro de 2016

Lição 2 - Sinais que Antecedem a Volta de Cristo

TEXTO ÁUREO
"E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas [...]." (Mt 24.3)

VERDADE PRÁTICA
Para que a Igreja não seja apanhada de surpresa, Jesus revelou alguns sinais que devem anteceder 
a sua vinda.

OBJETIVO GERAL
Mostrar os sinais que antecedem a volta de Jesus.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apresentar os sinais relacionados à vida da Igreja;
Relacionar os sinais do céu da vinda de Cristo;
Explicar que as guerras, conflitos e terremotos são sinais que acontecerão na Terra antes da vinda de Cristo.

PONTO CENTRAL
Jesus falou a respeito dos sinais que antecederiam a sua segunda vinda.

I - SINAIS NA VIDA DA IGREJA
Jesus virá buscar todos os que amam a sua vinda (2 Tm 4.8), porém é preciso cuidado para não confundir o arrebatamento da Igreja com a sua vinda em glória (segunda fase), quando Ele virá com os santos e com os anjos trazendo juízo contra todos os ímpios (Jd vv. 14-16; 2 Ts 1.7; Ap 19.14). 
1. Os falsos cristos e falsos profetas.  O crente deve estar vigilante, pois um dos sinais da vinda de Jesus são os falsos cristos e os falsos profetas. Para não sermos enganados, precisamos conhecer a Palavra de Deus. Não negligencie o estudo bíblico, leia e medite na Palavra de Deus, pois ela é um escudo protetor contra os falsos ensinos e contra tudo que não procede de Deus. Os falsos cristos e falsos profetas costumam ter grande eloquência, carisma e boa argumentação, por isso, Jesus alertou a respeito da vigilância e do discernimento: "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mt 24.4,5).
2. Apostasia. Você sabe o que significa apostasia? Apostasia significa "desvio", "afastamento". Quer dizer "abandono premeditado e consciente da fé cristã". O aumento da apostasia é um sinal que evidencia a segunda vinda de Jesus (2 Ts 2.3). O apóstolo Paulo alertou a Igreja quanto ao perigo da apostasia: "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios," (1 Tm 4.1). No Antigo Testamento vemos que por muitas vezes os israelitas apostataram-se abandonando ao Senhor e a sua Lei, mas eles receberam a recompensa por se desviarem do Senhor. Jesus voltará e julgará os apóstatas, dando lhes a recompensa que merecem. Para Deus a apostasia é sempre vista como um "adultério espiritual". 
3. "Doutrinas de demônios" (1 Tm 4.1). Os falsos mestres e os seus ensinos eram e ainda continuam sendo uma ameaça para Igreja e para a fé cristã. Atualmente muitos estão se deixando seduzir por doutrinas de demônios. Estes deturpam as Escrituras Sagradas e acabam por aceitar o erro, como por exemplo, a "Confissão Positiva", a "Teologia da Prosperidade", o "Culto aos Anjos" e muitas crendices e misticismos que corrompem a sã doutrina. Sabemos que Satanás é enganador. Ele procura, de todas as formas, iludir os crentes a fim de que abandonem a fé verdadeira, por isso, precisamos estar vigilantes.  
Muitos que se dizem crentes já estão aceitando e até legislando em favor do aborto, da homossexualidade, da disfunção familiar, etc. Deus abomina o pecado e sem santificação ninguém poderá ver o Senhor (Hb 12.14). Atualmente temos visto o "evangelho do entretenimento", que agrada a muitos, levando-os a uma vida sem compromisso com Jesus e sem santificação (1 Pe 1.15). Por não conhecerem a Palavra de Deus e não viverem segundo ela, muitos acabam sendo levados pela apostasia moral. 
4. Perseguição aos crentes. Ao falar a respeito dos tempos do fim, Jesus previu grandes perseguições aos seus discípulos (Mt 24.9). Os cristãos do primeiro século foram perseguidos e muitos perderam a sua vida por amor a Cristo. Atualmente, em muitas nações, há uma perseguição mais velada, mas os cristãos continuam sendo alvo de perseguições. Quantos nas universidades não são perseguidos e se tornam alvo de chacota por declararem sua fé em Cristo? Nenhuma outra religião tem tantos fiéis mortos quanto o cristianismo. Mas há uma promessa para os que forem fiéis na tribulação (Mt 5.11,12). Em algumas nações a perseguição não é velada, mas torna-se bem explícita, como por exemplo, na Síria, na Coreia do Norte, na China e em países do norte da África. Segundo a missão Portas Abertas, que trabalha com a Igreja Perseguida, recentemente na Síria "dezenas de cristãos foram sequestrados por combatentes do Estado Islâmico". 

SÍNTESE DO TÓPICO I
Um dos principais sinais da vinda de Jesus na vida religiosa é o surgimento de falsos cristos, falsos profetas, a apostasia e as doutrinas de demônios.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para introduzir o primeiro tópico da lição, faça a seguinte indagação: "Qual o mais importante discurso profético proferido por Jesus?" Ouça os alunos e explique que o discurso no Monte das Oliveiras (Mt 24-25) é o mais importante discurso profético de toda a Bíblia. Em seguida mostre o quadro abaixo fazendo um paralelismo entre o discurso de Jesus no Monte das Oliveiras e os selos de Juízo.
 Não sabemos que sinais serão estes nos céus, pois as Escrituras não revelam, porém sabemos que eles trarão espanto a todos que o virem.

CONHEÇA MAIS
O sinal do Filho do Homem
"O sinal do Filho do Homem no céu (Mt 24.30). Aqui, semeion (sinal) provavelmente signifique 'bandeira' ou 'estandarte'. A volta de Jesus será visível e anunciada ao som de trombetas (cf. Is 11.12; 18.3; Jr 4.21; 51.27) com Cristo, nos céus, envolto em um estandarte.
'Esta geração' (Mt 24.34). A geração neste caso é a que presenciar os terríveis eventos descritos em Mateus 24. Até lá, nenhum ser vivo saberá quando será a volta triunfante de Jesus. No entanto, podem saber que acontecerá entre  anos que marcam a expectativa de vida de uma pessoa." Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 626.

II - SINAIS NOS CÉUS DA VINDA DE CRISTO
1. Sinais do céu. Jesus alertou que antes de sua vinda haveria vários sinais, como por exemplo, "grandes terremotos e fomes, pestilências,  coisas espantosas e grandes sinais do céu" (Lc 21.11). Notemos que o texto diz "sinais do céu" e não sinais "no céu". Não devemos especular e muito menos ensinar sobre assuntos que não estão revelados na Palavra de Deus. Não sabemos que sinais serão estes nos céus, pois as Escrituras não revelam, porém sabemos que eles trarão espanto a todos que o virem, mostrando que serão algo jamais visto pelo homem. 
2. Jesus fala de sinais e não de datas.  Jesus fala de sinais que antecedem a sua volta, mas em momento algum Ele fala a respeito de datas. O Mestre também deixou claro que estes sinais são parte do plano de Deus, todavia quando eles acontecerem, o fim não será logo.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Haverá sinais da vinda de Jesus também nos céus.

O Mestre alertou que se levantará nação contra nação, e reino contra reino (Mt 24.7).

SUBSÍDIO DIDÁTICO
As Dores de Um Parto Difícil
"Cristo começa o seu sermão com uma longa lista de calamidades que Ele compara com as dores de parto que precedem o nascimento de uma criança (Mt 24.4-8).
A palavra 'dores' no versículo 8 é do grego Ùdin, que fala do trabalho e da dor de parto. As aflições que Cristo relaciona aqui são como as dores de parto. A princípio, são relativamente moderadas e não frequentes, porém à medida que a hora se aproxima, elas vêm em ondas implacáveis, mais rápidas e mais severas. 
A ilustração de dores de parto é bastante comum na literatura  apocalíptica judaica. O apóstolo Paulo usou uma figura similar para descrever o dia do Senhor (1 Ts 5.3).
O contexto indica que esses sinais se aplicam de um modo particular à era da Tribulação. No entanto, esses próprios males (guerras e rumores de guerras, falsos cristos, desastres naturais e perseguição) são aflições que têm caracterizado a totalidade da era cristã. Características similares estão presentes neste exato momento em diversos graus, e coletivamente parecem estar piorando de modo grosseiro e mais preponderante, exatamente como dores de parto.
Isso não significa que a era em que estamos vivendo seja a que Cristo descreve. Mas realmente sublima a iminência da volta de Cristo para a Igreja. O mundo no qual vivemos já está maduro para a Tribulação. Elementos como os sinais das dores de parto já estão sendo sentidos. As aflições atuais podem meramente ser como as contrações Braxton-Hicks - dores de parto prematuras; entretanto, significam que a hora do trabalho difícil, e então o parto em si, é inevitável e se aproxima rapidamente" (MACARTHUR, John. A Segunda Vinda.4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 89-90).

III - GUERRAS, CONFLITOS E TERREMOTOS
1. Guerras e conflitos. Jesus falou a respeito de guerras e conflitos entre as nações como um dos sinais de sua volta. O Mestre alertou que se levantará nação contra nação, e reino contra reino (Mt 24.7). Não é o que temos visto ao longo do tempo? O mundo já sofreu com duas grandes guerras (a Primeira e a Segunda Guerra Mundial). Milhares de pessoas inocentes foram mortas. As guerras e os conflitos continuam sendo constantes em nosso planeta. Atualmente temos visto também a ameaça do terrorismo, que é também um tipo de guerra. Os vários atentados terroristas ao redor do mundo têm causado a morte de vários inocentes. Há pouco tempo vimos a Europa, em especial a França, sendo palco de ataques de extremistas islâmicos. Estes espalham o medo e a violência ao redor do mundo. Recentemente, alguns que pertencem a ala dos extremistas efetuaram atentados terroristas, na França, na Tunísia e no Kuwait, matando dezenas de pessoas. O grupo extremista que atua no norte da Nigéria, o Boko Haran, tem como um dos seus alvos a destruição da fé cristã. 
2. Terremotos. Segundo alguns geólogos, o número de terremotos tem aumentado assustadoramente nos últimos 20 anos. De acordo com a  United States Geological Survey, dos EUA,  "entre 2000 e 2010, aconteceram mais de 200.000 terremotos".  Destes, somente 100.000 são percebidos. A maior parte dos tremores ocorre em escalas imperceptíveis ao ser humano. 

SÍNTESE DO TÓPICO III
Os sinais da vinda de Jesus na Terra são as guerras e os terremotos.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 "Assim como a terra reagiu quando Jesus morreu (cf. Mt 27.51), também ocorrerão sinais 'em baixo na terra' (cf. At 2.19) antes da segunda vinda de Jesus. 
Terremotos. Esse sinal continua a manifestar-se em várias partes do mundo. Se compararmos estatisticamente o número de terremotos ocorrido, veremos que do nascimento de Jesus até o ano de 1900, aconteceram menos terremotos do que entre 1901 e 1908. Torna-se real, em nossos dias, a profecia de Isaías 24.19.
Fome (cf. Lc 21.11; Ap 6.8). Secas, catástrofes e outras causas, têm motivado a fome em várias partes do mundo. Desde o início do século, o mundo tem presenciado períodos de fome, onde dezenas de milhares de vidas têm sido ceifadas. Carestia e escassez de víveres fazem parte da fotografia profética dos últimos tempos (cf. Ap 6.5,6).
Pestilência (cf. Lc 21.11). Os jornais mostram que doenças incuráveis têm ceifado a vida de milhões de pessoas todos os anos. O câncer até o momento não tem solução clínica. Novas bactérias letais são detectadas com uma frequência assustadora. Com relação à peste, existe uma observação interessante em Apocalipse 6.8 onde se fala das causas de mortes nos últimos tempos. Uma delas é 'com as feras da terra'. No original grego, a palavra traduzida por 'fera' é qhriwn. Essa palavra é um substantivo genitivo, neutro, plural e encontra-se no diminutivo - 'pequenas feras'. Isso certamente se refere aos ratos que são causadores da peste bubônica". (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 304).

CONCLUSÃO
Os sinais que prenunciam a volta de Jesus estão se cumprindo a cada dia. A apostasia tem se evidenciado, no meio de igrejas evangélicas, a ponto de a Bíblia não ser mais referência para a conduta de muitos que se dizem cristãos. Na natureza, há fenômenos que indicam o cumprimento das previsões apocalípticas. Na vida moral, certamente, há o maior grau de fatos que comprovam o aumento da iniquidade humana. Mas a Igreja de Jesus Cristo deve continuar em oração e vigilância como "coluna e firmeza da verdade" (1 Tm 3.15), aguardando em santificação a volta de Jesus.

5 de janeiro de 2016

A Parábola dos Trabalhadores da Vinha é uma das Parábolas de Jesus encontrada apenas em Mateus 20:1-16 e narra a história de um homem que contrata alguns trabalhadores para trabalhar em sua vinha. O interessante é que este homem contrata estes trabalhadores ao longo do dia, em diferentes horários e consequentemente, ao final do dia, uns haviam trabalhado mais do que outros e mesmo assim todos foram recompensados da mesma maneira, e é aí que o principal ensino da Parábola dos Trabalhadores da Vinha começa.

“Pois o Reino dos céus é como um proprietário que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ele combinou pagar-lhes um denário pelo dia e mandou-os para a sua vinha.
Por volta das nove horas da manhã, ele saiu e viu outros que estavam desocupados na praça,
e lhes disse: ‘Vão também trabalhar na vinha, e eu lhes pagarei o que for justo’.
E eles foram. Saindo outra vez, por volta do meio dia e das três horas da tarde e nona, fez a mesma coisa.
Saindo por volta da cinco horas da tarde, encontrou ainda outros que estavam desocupados e lhes perguntou: ‘Por que vocês estiveram aqui desocupados o dia todo? ’
‘Porque ninguém nos contratou’, responderam eles. “Ele lhes disse: ‘Vão vocês também trabalhar na vinha’.
Ao cair da tarde, o dono da vinha disse a seu administrador: ‘Chame os trabalhadores e pague-lhes o salário, começando com os últimos contratados e terminando nos primeiros’.
Vieram os trabalhadores contratados por volta das cinco horas da tarde, e cada um recebeu um denário.
Quando vieram os que tinham sido contratados primeiro, esperavam receber mais. Mas cada um deles também recebeu um denário.
Quando o receberam, começaram a se queixar do proprietário da vinha,
dizendo-lhe: ‘Estes homens contratados por último trabalharam apenas uma hora, e o senhor os igualou a nós, que suportamos o peso do trabalho e o calor do dia’.
Mas ele respondeu a um deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em trabalhar por um denário?
Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo que lhe dei.
Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso? ’
Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.”
Mateus 20:1-16

LIÇÃO 1 - Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

Texto Áureo:

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.(2 Timóteo 3:1)

Verdade Prática:

O estudo da Escatologia bíblica traz ao coração dos salvos a esperança de um dia estarem para sempre com o Senhor Jesus Cristo.

Leitura Bíblica em Classe:

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
(Mateus 24:4,5)
E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
(Mateus 24:11-13)
E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.
(1 Tessalonicenses 1:10)

Introdução – Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

Escatologia bíblica é um tema de muita importância para os cristãos, mas também é a área da Teologia Sistemática com mais variações de interpretações. Provavelmente é na escatologia onde os cristãos mais se dividem, e muitos acabam considerando o assunto extremamente confuso, abrindo mão de seu estudo. É raro ultimamente encontrar pessoas dentro das igrejas que realmente dominam o assunto, e quando digo “dominam” me refiro às pessoas que conhecem todas as diferentes correntes interpretativas e não apenas uma única visão que lhes foi ensinada. Nessa área existem teólogos de peso que discordam entre si e, antes de apontarmos quem tem razão ou não, precisamos estudar profundamente o assunto.
O Dispensacionalismo Clássico (posição escatológica oficial das Assembleias de Deus e de 80% dos evangélicos no mundo) é a visão utilizada pela revista trimestral, porém nosso objetivo aqui será expor as principais (e diferentes) escolas escatológicas, ou seja, não ficaremos restritos a apenas uma linha de interpretação.

I- O Estudo da Escatologia – Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

  1. Definição de Escatologia: o termo “escatologia” significa “estudo ou doutrina das últimas coisas” e começou a ser utilizado no século 19, vindo do grego “escathos” (último), e “logos” (raciocínio, estudo). Algumas pessoas acreditam que a escatologia se refere apenas aos acontecimentos futuros, porém a escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que estuda desde as profecias que já se cumpriram até as que ainda se cumprirão, ou seja, podemos dizer que a escatologia engloba tudo o que era futuro na época em que foi profetizado. Para saber mais sobre isso leia nosso estudo “O que é Escatologia?“.
  2. A volta de Jesus: todo conteúdo classificado como “escatológico” é muito importante, porém com certeza o assunto principal da escatologia é a volta de Cristo. É esse evento que faz com que tudo tenha sentido. Sem a volta de Jesus não é apenas a escatologia que perde o sentido, mas o próprio cristianismo.
Para saber mais sobre Escatologia leia nosso texto “O Que é Escatologia?“.

II- Preocupação com o Fim dos Tempos – Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

  1. A curiosidade: profecias apocalípticas sempre despertaram a curiosidade das pessoas em todas as épocas. Existem pelo menos 30 “apocalipses judaicos” e outros manuscritos que foram escritos entre meados de 200 a.C. até 300 d.C. Os próprios discípulos de Jesus também tinham curiosidade a respeito das coisas futuras (Mt 24:3).
  2. Falsas previsões: ao longo da história da humanidade não faltou “profecias” sobre o fim do mundo. Dentro do cristianismo as principais profecias furadas estão relacionadas ao dia da volta de Cristo. Muitas pessoas utilizando-se de supostos códigos bíblicos e formulas matemáticas já tentaram descobrir o dia do evento que apenas o Pai conhece (Mt 24:36).
  3. Códigos do Apocalipse: essa “euforia” sobre uma possível codificação presente no livro de Apocalipse ganhou força no final da década de 1990 com a publicação da obraApocalypse Code, de Hal Lindsey. Segundo o autor do livro, Deus o concedeu um “discernimento especial” sobre a interpretação do Apocalipse, proporcionando a ele a oportunidade de fazer o que nunca ninguém havia feito: quebrar o código das profecias de João. O próprio Hal Lindsey anos antes já havia especulado (sem sucesso) o fim do mundo para meados de 1988. Creio que não precisamos nem comentar tamanho absurdo. Posso dizer que as maiores “doutrinas estranhas” que invadiram as igrejas ao longo do tempo, são originadas de situações como essas, onde alguém recebeu uma revelação particular de Deus que nunca ninguém havia recebido antes dos tais receptores. Especificamente dentro do livro de Apocalipse, essas especulações surgem primariamente do método futurista de interpretação. Hoje, talvez o maior expoente e porta voz da visão escatológica de Hal Lindsey seja o Dr. Tim LaHaye, autor da famosa série “Deixados para Trás” (que tem muitas coisas em comum com o livro de Hal LindseyThe Late, Great Planet Earth publicado na década de 70). LaHaye é a principal referência utilizada no decorrer da revista Lições Bíblicas desse trimestre e, particularmente, acredito ser algo lamentável, não pela escolha por LaHaye, mas por centralizar o ensino de alguns milhões de evangélicos em apenas uma única linha de interpretação, e defendê-la como sendo a única verdade possível, desprezando toda tradição histórica cristã em relação ao assunto. Reconheço o esforço do Dr. Tim LaHaye de estar profundamente comprometido com o desejo de interpretar esse tema e defender as verdades bíblicas, porém nem sempre propósitos nobres nos isentam de equívocos, e são inegáveis os erros teológicos presentes nas obras do Dr. Tim LaHaye.

III- Interpretações Escatológicas – Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

Basicamente existem quatro métodos de interpretação do livro de Apocalipse: Futurista, Idealista, Preterista, Historicista. Mesmo dentro de cada método, também existe diferentes opiniões, o que acaba ocasionando subdivisões, como por exemplo, o Preterismo Moderado, que é uma variação do método Preterista.
  1. Interpretação Futurista: quase tudo presente no Apocalipse e em outras passagens escatológicas da Bíblia, se referem ao futuro.
  2. Interpretação Idealista (ou Simbólica): resumidamente, o Idealismo interpreta o Apocalipse de forma simbólica, que reflete a luta entre o bem e o mal ao longo da história. Alguns Idealistas assumem que até mesmo a Segunda Vinda de Cristo é um evento simbólico.
  3. Interpretação Preterista: existe o Preterismo Total (ou Hiperpreterismo) que defende que tudo na escatologia bíblica já ocorreu, principalmente com a destruição de Jerusalém em 70 d.C., e, no final, acaba sendo herético. Há também o Preterismo Moderado que considera o contexto histórico das profecias escatológicas da Bíblia, admite o cumprimento de muitas delas, porém defende que ainda existe uma parte das profecias que se referem a eventos futuros.
  4. Interpretação Historicista: a interpretação histórica crê que a escatologia bíblica foi se cumprindo ao longo da história, e o próprio livro de Apocalipse, sobre tudo, é um livro histórico.
Para saber mais sobre as diferentes interpretações, leia nosso texto “Métodos de Interpretação do Livro de Apocalipse“.
Há também diferentes visões quanto à cronologia dos eventos escatológicos da Bíblia. As principais são: Pré-Milenismo Histórico, Dispensacionalismo, Amilenismo e Pós-Milenismo. Antes de vermos um resumo de cada uma dessas visões, precisamos considerar as diferenças em relação ao momento do Arrebatamento. Diferente do que foi colocado na revista, essas opiniões não estão apenas dentro do método Futurista, até porque o Futurismo, e também os outros métodos, são estilos hermenêuticos de leitura das profecias escatológicas. Vejamos resumidamente cada dessas opiniões:
  1. Pré-Tribulacionista: divide a volta de Cristo em duas fases, sendo uma secreta para arrebatar a Igreja antes da Grande Tribulação, e outra visível a todos para instituir o reino milenar de Cristo na terra. Essa posição nunca foi ensinada oficialmente antes do século 19. Esse pensamento existe apenas dentro da visão Dispensacionalista onde existe completa distinção entre a Igreja e Israel e, portanto, a Grande Tribulação é um processo para Israel e não para a Igreja, por isso o Arrebatamento precisa ocorrer antes dela.
  2. Mesotribulacionista: muito parecido com o Pré-Tribulacionismo, porém defende que o Arrebatamento da Igreja ocorrerá no meio da Grande Tribulação.
  3. Pós-Tribulacionista: essa opinião sempre foi defendida na história da Igreja, e era a posição predominante entre os cristãos sobre o arrebatamento até o século 19. O Pós-Tribulacionismo defende que a volta de Cristo ocorrerá após a Grande Tribulação, em um evento visível a todos. Embora o comentarista da revista pense o contrário, com toda certeza essa posição é a mais coerente com o ensino Bíblico. É lamentável se referir a uma posição tão importante dentro do cristianismo histórico apenas com a expressão “esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus”.
Na revista também é feita uma comparação entre o Pré-Milenismo e as opiniões acima, porém, isso é um erro, pois são coisas completamente diferentes. Por exemplo: o Pré-Milenismo citado pelo comentarista como a posição dominante entre os cristãos no princípio da Igreja, defende a opinião Pós-Tribulacionista do Arrebatamento da Igreja. Como também podemos dizer que os Dispensacionalistas são Pré-Milenistas, porém defendem a opinião Pré-Tribulacionista. O termo “Pré-Milenista” trata da relação entre o Arrebatamento e o Milênio e não a ordem do Arrebatamento em relação a Grande Tribulação. Para saber mais leia nosso texto “Pré-Tribulacionismo, Pós-Tribulacionismo e Meso-Tribulacionismo“.
Entendido isso, agora poderemos citar novamente as quatro principais correntes escatológicas:
  1. Pré-Milenismo Histórico: visão muito comum na história da Igreja, defende a volta de Cristo como um evento único após a Grande Tribulação para instituir o reino milenar e literal de Cristo na terra.
  2. Pré-Milenismo Dispensacionalista: divide a volta de Cristo em duas fases, sendo uma secreta para a Igreja e outra visível a todos após um período de sete anos de Grande Tribulação para estabelecer o reino milenar e literal de Cristo na terra. Existe também o Dispensacionalismo Progressivo, que semelhante ao Pré-Milenismo Histórico, defende a volta de Cristo em um único evento e a após a Grande Tribulação. Essa posição está ganhando força nos últimos anos, principalmente entre as denominações que adotam o Dispensacionalismo Clássico, mas que começam a perceber algumas incoerências teológicas nesse sistema, e acabam “migrando” para o Dispensacionalismo Progressivo.
  3. Pós-Milenismo: defende que a volta de Cristo ocorrerá após o Milênio, e que esse Milênio será instituído com uma evangelização global, onde a maioria das pessoas do mundo serão cristãs.
  4. Amilenismo: defende que a volta de Cristo será após a Grande Tribulação em um evento único e visível a todos, para estabelecer o estado eterno, ou seja, não haverá um período futuro de mil anos literal do reino de Cristo na terra. Embora a expressão “Amilenismo” significa “sem milênio”, essa definição não condiz com o que essa visão escatológica defende. O Amilenismo crê em um Milênio, porém acredita que esse Milênio não se trata de um período literal de mil anos, mas de um período que se iniciou com a Primeira Vinda de Cristo na terra, ou seja, o Milênio é um reino espiritual que acontece com a Igreja na terra e os salvos que já morreram no céu. Na revista foi afirmado que o Amilenismo se encaixa exclusivamente dentro da interpretação Idealista (ou Simbolista) do Apocalipse, porém isso não é verdade. O Amilenismo defende a interpretação simbólica do Milênio e de outras passagens que claramente se tratam de simbologia no livro de Apocalipse, porém também defende a historicidade de vários eventos, principalmente no contexto histórico em que o livro foi escrito, e as profecias que ainda irão se cumprir, como um período de Grande Tribulação, o surgimento de um Anticristo escatológico e, o mais importante, a Segunda Vinda de Cristo. Em nenhuma hipótese o Amilenismo considera a volta de Cristo e o Arrebatamento da Igreja como algo simbólico e não literal.
Para saber mais sobre as escolas escatológicas leia nossos textos “As Diferentes Correntes Escatológicas” e “Diferenças entre Amilenismo, Pré-Milenismo, Pós-Milenismo e Dispensacionalismo.

Conclusão – Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

Reconheço que Escatologia não é um assunto fácil, porém é de suma importância o seu estudo na Igreja de Cristo. Nessa área é necessário, antes de tudo, respeito por quem pensa de forma diferente de nós, e, para quem realmente quer se aprofundar no assunto, o importante é deixar alguns pré-conceitos de lado e entender a fundo cada uma das diferentes visões, pois todas elas possuem entre seus defensores teólogos muito capacitados.
Particularmente, prefiro não adotar exclusivamente um método específico de interpretação do Apocalipse, como o Futurista ou o Preterista por exemplo. Creio que a interpretação mais coerente do Apocalipse é aquela que não desconsidera o contexto histórico do livro, que identifica corretamente o que é simbólico sem tentar “literalizar” tais simbologias, que também reconhece o conteúdo que se refere aos últimos dias presente no livro, e, claro, tudo harmonizando com os outros textos escatológicos encontrados na Bíblia (principalmente com o Sermão Escatológico de Jesus) para que não ocorra nenhuma contradição. Resumindo, essa interpretação abrange o passado, presente e o futuro.
Se tentarmos “futurizar” tudo, cometeremos muitos erros e nossa interpretação apocalíptica será quase que uma ficção científica. Muitos cristãos são praticamente paranoicos em relação ao Apocalipse, devido a esse tipo de interpretação, onde tudo é visto como um código, deixando de ser a Palavra de Deus e dando ênfase a um tipo de Teoria da Conspiração.
Sobre o Arrebatamento ser Pré-Tribulacional, Mesotribulacional ou Pós-Tribulacional, creio que a visão com maior fundamentação bíblica seja o Pós-Tribulacional (leia mais sobre isso aqui), porém respeito à opinião de quem pensa diferente (como o próprio comentarista da revista), pois acredito que nenhuma das opiniões sejam um tipo de heresia. Para mim, heresia seria uma opinião que negasse a volta de Cristo, o Juízo Final, a condenação dos ímpios e o reinado eterno dos justos com Deus. Isso nenhuma das diferentes interpretações acerca do arrebatamento faz.
Também concordo com o comentarista da revista de que isso não deve ser motivo de divisão entre os cristãos, pois maior é a esperança que todos nós compartilhamos: Cristo voltará.
Que possamos dizer: hora vem Senhor Jesus!