26 de abril de 2016

"PERDOAR É UMA ESCOLHA"

Mateus 6.14, 15
 “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”. 

“Misericórdia” e “Justiça”. Destas duas, uma é boa; mas a outra é melhor. Qual é a boa? Qual é a melhor?

*_A boa, deixa eu lhe mostrar, é a JUSTIÇA.
A dimensão da justiça ela é assim: Se você me ferir, eu posso te ferir também. Se você me quebrar um dente, eu posso te quebrar um dente. Se você me furar um olho, eu posso te furar um olho também... é olho por olho, dente por dente!
O que nos leva a reagir assim? ...é a nossa própria natureza humana, inclinada para o mal. É uma reação espontânea nossa: pisar naquele que nos pisou; clamar por justiça ao invés de misericórdia para aquela pessoa.
Mas nós podemos ter uma reação diferente; ao invés de uma reação natural (própria da carne), podemos ter uma reação sobrenatural (própria do Espírito Santo), porque somos filhos de Deus e temos acesso à dimensão do Espírito. Amém?
O crente pode perdoar aquilo que é imperdoável nos outros, pois Deus perdoou aquilo que é imperdoável em nós!
Lembre-se do caso de Estevão – o primeiro mártir da Igreja: Ele morreu apedrejado. A reação de Estevão para com seus adversários não foi uma reação natural do homem.
Naquele momento, ele teve uma reação sobrenatural... ele deixou a dimensão da justiça e alcançou a dimensão da misericórdia, a ponto de pedir como Jesus havia pedido: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.24).

Mas, por que muitas pessoas não conseguem entrar nessa dimensão da misericórdia e perdoar, e liberar perdão, ao invés de só ficar clamando por justiça?
É que ocorre o seguinte: quando não perdoamos, abrimos uma brecha em nossa vida, uma brecha que dá direito legal a que um demônio, um espírito maligno, entre para nos torturar por dentro e ficar o tempo todo nos lembrando aquela ofensa, nos levando a remoer aquela dor, a ficarmos antipatizando aquela pessoa, ressentidos e magoados com ela...
Esse demônio cria antipatias, enche o nosso coração de amargura, de rancor, de ira, de ódio... e ele ainda nos faz ficar agressivos, violentos, vingativos...
E você sabe qual é esse demônio que perturba a pessoa que não perdoa, que não libera perdão? É o demônio “torturador”, ou “verdugo”, como disse Jesus, numa passagem, que quero ler de Lucas 18.23-35.
22 Jesus respondeu: “Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete. 23 “Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. 24 Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. 25 Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. 26 “O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. 27 O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. 28 “Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’ 29 “Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei’. 30 “Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. 31 Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. 32 “Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. 33 Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ 34 Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. 35 “Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”.
No v.34, dependendo da versão que você usa, aparece “Verdugo”. Esta é uma palavra que significa: algoz, carrasco, aquele que castiga. A minha versão da Bíblia, que é NVI, diz “torturadores”.
Isso quer dizer que, espiritualmente, a pessoa que não perdoa, ela fica entregue a “verdugos espirituais”, isto é, a espíritos torturadores.
Esse é o grande problema de quem não perdoa, de quem só fica na dimensão da justiça, respirando vingança, ódio e ira: a pessoa fica sob a ação de demônios!
Ah! Mas eu sou crente e demônios não me perturbam! ...ouça: A Bíblia diz para nós crentes não darmos lugar ao diabo, porque se você der lugar ele entra.
**_Agora, a MISERICÓRDIA é o seguinte: é uma coisa melhor e bem mais alta!
Imagine isto: Eu te pisei no pé; logo, mereço ser pisado também. Porém, a misericórdia te leva a dizer pra mim: “Não, não vou fazer o que você merece. Vou te amar. Vou deixar de pisar no teu pé. Vou te perdoar e te liberar”.
Você viu? Por causa da misericórdia, não houve amargura no seu coração. O amor de Deus fluiu de você ao ponto de nós dois sermos abençoados (eu, sem o merecido pisão no pé; e você, sem a amargura causada por verdugos no coração)!
Agora, você diz: “Pois, sim! Quem é que vai querer ficar no prejuízo? Quem é que, tendo levado um pisão no pé, vai querer amar, perdoar e liberar aquela pessoa?
Amado, isto é um milagre que acontece por uma escolha feita.
Deixa eu explicar: o perdão é composto de dois elementos; um natural (que brota no próprio homem, na própria pessoa; o outro elemento é sobrenatural (é de competência divina).
A partir desses dois elementos Deus opera o milagre nessa questão do perdão: restaurando a alma, curando as emoções feridas, libertando a pessoa da amargura e dos espíritos torturados...
Quando você perdoa, não precisa esquecer nem esquecer a ofensa, ou fazer de conta que ela não aconteceu... não é necessário isso, porque a ofensa não dói mais. É como uma cicatriz em sua mão. No momento em que você foi ferido, saiu sangue e doeu, doeu muito, mas logo sarou e ficou a cicatriz como uma lembrança. Só que agora não dói mais. O perdoar é assim: Mesmo que fique a lembrança como uma cicatriz, a ofensa não dói mais, não perturba, não faz sofrer mais.
Mas esse milagre tem uma condição: Nós devemos fazer a nossa parte, confiando que Deus fará a dEle.
E qual é a nossa parte? Escolher perdoar. (diga: o perdão é uma escolha).
Sim! Deus só fará o milagre quando fazemos o que nos cabe fazer. E é aqui, onde justamente, muitos encontram o “estorvo”, o empecilho, o obstáculo que lhes impede de verem o milagre de Deus acontecer.
Pois não basta dizer: “Senhor Deus, faz o milagre!” ...porque Deus, em contrapartida, dirá: “Libere o perdão!”
Se a pessoa não faz a escolha de perdoar, Deus não faz o milagre.
Você está entendendo? ...o perdão é uma escolha que você faz, é uma decisão que você.
Às vezes a pessoa diz: “Não estou sentindo que devo perdoar”... mas perdão não é sentimento... você nunca sentirá que deve perdoar alguém (mesmo porque, esta não é a nossa inclinação natural). Perdoa é uma decisão que você toma.

ConclusãoEntão, hoje, Deus está dizendo para nós: Entre na dimensão da misericórdia; ESCOLHA PERDOAR e um milagre vai acontecer! Essa é a lição que precisamos aprender: (diga: para si mesmo: O Senhor /quer que eu faça /a escolha de perdoar). Amém?
Então, quando a pessoa, sendo ofendida, faz a escolha de perdoar, de liberar perdão para quem lhe ofendeu, Deus faz o milagre acontecer na vida dela!
Nenhuma brecha na vida é aberta. E se estava aberta, mediante o perdão, ela é imediatamente fechada e os demônios, os espíritos torturadores, batem em retirada! Aleluia!

                                                                          AUTOR: Pastor Walter Pacheco da Silveira

24 de abril de 2016

Março de 2016 - Círculo de Oração: Coluna de Fogo.

Quando o crente está prostrado de joelhos diante de Deus, quando ele crê que Deus está presente, vendo e ouvindo e respondendo a sua oração, ele deveria neste momento não só clamar, interceder e pedir, mas principalmente agradecer, exaltar, glorificar e engrandecer o nosso grande Deus (Sl. 96:6-9; Sl. 95:6; Jo. 4: 23-24).

Fevereiro de 2016 - Círculo de Oração: Coluna de Fogo.

A oração da Fe não é uma alternativa à oração, mas um passo adicional de obediência que normalmente brota da oração predominante ou da batalha em oração. Na oração da Fé não é o tempo determinado que faz com que as coisas aconteçam, mas sim o nome de Jesus. (Mc. 16: 17-18; Lc. 10: 17-21).

Janeiro de 2016 - Círculo de Oração: Coluna de Fogo"

Jesus orava, os discípulos oravam, todos os cristãos oram. É da vontade de Deus que os crentes vivam em oração (I Ts 5: 17), pois no momento em que deixam de orar é como se estivessem baixando a guarda para o inimigo (PV. 24: 10), e é neste momento que Deus permite que venha sobre ele a prova.

Lição 4 - "Os Benefícios da Justificação"

TEXTO ÁUREO:
“Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”
(Rm 5.8)

LEITURA EM CLASSE
Romanos 5.1-12

1 - Sendo, pois, justificados pela fé,  temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; 
2 - pelo qual também  temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 
3 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; 
4 - e a paciência, a experiência; e a  experiência, a esperança. 
5 - E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 - Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 
7 - Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. 
8 - Mas Deus prova o seu amor para conosco  em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 
9 - Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 - Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 - E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
12 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.

OBJETIVO GERAL
Esclarecer que a justificação pela fé em Cristo nos libertou da lei do pecado e nos fez novas criaturas.

HINOS SUGERIDOS: 90,310,400 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS



Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I.      Apresentar as bênçãos decorrentes da justificação;
II.     Mostrar as bênçãos do amor trinitário;
III.   Explicar as bênçãos decorrentes na nova criação.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Professor, você já parou para refletir a respeito das bênçãos decorrentes da justificação pela fé? Pare e pense no que Cristo fez por você. Louve ao Salvador. Adore-o pela sua graça e redenção. O Filho de Deus assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz Cristo cumpriu a nossa pena nos justificando perante o Pai e fazendo de nós novas criaturas. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé temos paz com Deus (Rm 5.1) e acesso à graça (Rm 5.2). Como pecadores jamais poderíamos pagar a nossa dívida para com o Pai. Quando pela fé recebemos o perdão de Deus, a culpa que perturbava as nossas consciências foi substituída pela graça e misericórdia divina.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO


Nos quatro primeiros capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo já havia escrito a respeito das origens e das bases da nossa justificação. Faltava agora falar dos resultados dessa justificação. Que benefícios ela nos trouxe? Quais seriam as bênçãos a ela associada? Paz, alegria, esperança são algumas dessas bênçãos associadas à justificação. Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo isso só foi possível porque Deus nos fez participante de uma bênção maior - sermos parte da nova criação. Esse fato será mostrado através do contraste feito entre Adão, símbolo da velha criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de uma nova criação

PONTO CENTRAL


A justificação pela fé nos concede muitos benefícios.

I - A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)


1. A bênção da paz com Deus. No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo: "Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo". O uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: "Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus". Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela.
2. A bênção de esperar em Deus. Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse acesso: "Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto: "O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus". A porta se abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino.
3. A bênção de sofrer por Jesus. Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança" (Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos modernos.

SÍNTESE DO TÓPICO I


Com a justificação pela fé recebemos a bênção da paz com Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO


Inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: "Quais são as bênçãos decorrentes da justificação?" Incentive a participação de todos e ouça os alunos com atenção. Em seguida copie no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos algumas das bênçãos decorrentes da justificação. Leia e discuta as referências bíblicas com os alunos.


OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO (5.1-21)
Paz com Deus (5.1).
Acesso à graça, pela fé (5.2).
Esperança da glória de Deus (5.2).
Alegria nas tribulações (5.3-5).
O amor  divino derramado em nós (5.5b).
O amor de Deus demonstrado a nós através da morte de seu Filho  (5.6-11).

Adaptado de: CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.50.


CONHEÇA MAIS



*"Dois Adãos (Rm 5.11-21)
Os teólogos se encantam com essas passagens e discutem exatamente sobre como a morte foi transmitida a todos os homens através do pecado de Adão. Essa questão para Paulo é de ordem prática. A nossa herança racial de Adão é de pecado, morte, alienação. Agora, no entanto, pertencemos a Cristo, o fundador de uma nova raça. Nossa herança nele é de justiça e vida."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 741

II - AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)


1. O amor que o Pai outorga. A visão que Paulo possui a respeito do Senhor é muito diferente da do judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está revelando em suas epístolas é amor. Por isso, muito diferente daquele que os judeus conheciam. A expressão amor de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no original está no caso genitivo, indicando origem ou posse. Deus é a origem e a fonte do amor. Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno de punição, Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é o amor que perdoa. O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova maior desse amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A justificação pela fé nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus atributos, e essa percepção mostra que Ele é amor.
2. O amor que o Espírito distribui. Deus é a fonte do amor e o Espírito Santo é quem o instrumentaliza na vida do crente. Paulo diz que o amor de Deus está "[...] derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5.5b). O apóstolo tem em mente a profecia de Joel 2.28 e o evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2.4, onde há a infusão do Espírito Santo sobre os crentes. Há alguns fatos interessantes com o tempo verbal grego (tempo perfeito) da palavra ekchéo, traduzida aqui como derramar. Esse verbo enfatiza uma ação passada, mas que continua com os efeitos no presente. É como se ele dissesse, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações no passado quando cremos no Senhor, mas seus efeitos continuam vivos no presente". Temos, pois, razão para amarmos porque o Espírito Santo faz-nos viver esse amor.
3. O amor que o Filho realiza. O amor é originário do Pai, operacionalizado pelo Espírito e realizado pelo Filho. Cristo é a manifestação suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se quisermos conhecer o amor de Deus, basta olharmos para Cristo, o bendito Filho de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO II

Com a justificação pela fé recebemos a bênção do amor trinitário.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO


"O amor divino derramado em nós (5.5b)
Temos a força que energiza a nossa esperança que é 'o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo'. Esse amor só é derramado sobre um coração justificado. O interessante desse versículo é o destaque ao amor que Deus tem por nós, e não o amor que temos para com Ele. Descobrimos também neste versículo a participação das três Pessoas da Trindade na nossa justificação. Clifton J. Allen, em seu Comentário aos Romanos, escreve sobre isto: 'As três Pessoas da Trindade têm sua parte na nossa salvação. Deus nos justifica por causa da nossa fé. Sua justiça se torna possível por causa da redenção dada por Cristo. O Espírito Santo nos torna cônscios da nossa necessidade, faz com que exerçamos a fé, e faz transbordar os nossos corações com o amor de Deus. O amor de Deus satisfaz a terna afeição do coração ou corresponde ao desejo do coração'. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.64,65).
III - AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)


1. O homem em Adão. Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do "homem em Adão", em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o "homem em Adão", símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele.
2. O homem em Cristo. O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O "homem em Cristo", símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13).

SÍNTESE DO TÓPICO III


Com a justificação pela fé recebemos a bênção do novo nascimento.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO


 Reproduza o quadro da página seguinte. Leia com os alunos Romanos 5.15-21 e em seguida, utilizando o quadro faça um contraste entre Adão e Cristo.

ADÃO
CRISTO
1. Pela ofensa de um só, morreram muitos (v. 15).
1. Pelo dom da graça de um só homem, a graça foi abundante sobre muitos (v. 15).
2. Uma só ofensa e todos foram condenados (v. 16).
2. A graça de um só homem transcorre de muitas ofensas (v. 16).
3. Pela ofensa de um, reinou a morte sobre todos (v. 17).
3. Pela justiça de um só reinou a vida (v. 17).
4. Por uma só ofensa veio o juízo sobre todos (v.18).
4. Por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos (v. 18).
5. Pela desobediência de um homem, todos se fizeram pecadores (v. 19).
5. Pela obediência de um homem, muitos se tornaram justos (v. 19).
6. Pela ofensa de um só, abundou o pecado (v. 20).
6. Pela justiça de um só, superabundou a graça (v. 20).
7. O pecado reinou pela morte (v. 21).
7. A graça reinou pela justiça (v. 21).

(CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.67).

CONCLUSÃO


O capitulo cinco de Romanos mostra de que forma Deus amou os homens. Ele os encontra pecadores, ímpios, e indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo assim os ama. Numa demonstração inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé na pessoa bendita de Jesus Cristo e os abençoa com todas as bênçãos espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor de Deus parece romper todos os limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós! Como disse certo autor: "Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e não há nada que eu possa fazer para Ele me amar menos". 

Lição 3 - 17 de Abril de 2016 JUSTIFICAÇÃO, SOMENTE PELA FÉ EM JESUS CRISTO


Texto Áureo
"E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade;mas foi fortificado na fé;dando glória a Deus"
(Rm 4:20)

Romanos 4.17-22
17 - (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.
18 - O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19 - E não enfraqueceu na fé, nem atentou  para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos),  nem  tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. 
20 - E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus; 
21 - e estando certíssimo  de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. 
22 - Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça.

OBJETIVO GERAL
Explicar que somos justificados diante de Deus somente pela fé e não pelas obras da carne.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS


I.      Abalizar que a justificação manifestada em Jesus Cristo veio para salvar judeus e gentios;
II.     Mostrar que Paulo procurou responder, de forma bíblica, as contestações que seus interlocutores faziam quanto à justifi cação;
III.    Explicar como Paulo utilizou o exemplo de Abraão para tratar a respeito da justificação pela fé.

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos a doutrina bíblica da justificação pela fé, conforme a Carta aos Romanos nos capítulos 3.1- 4.25. Esses textos contêm uma das mais contundentes defesas de Paulo em favor da justificação pela fé, independente das obras. Para uma melhor compreensão deste tema tão relevante, a argumentação do apóstolo será dividida em três partes: a justificação manifestada, a justificação contestada e a justificação exemplificada. A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base da argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para conosco.  

PONTO CENTRAL
A justificação diante de Deus é somente pela fé.

I - A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)

1. Um culpado que é inocentado. Em Romanos 3.21, lemos: "Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas." Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O vocábulo manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido. Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu pensamento. O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos então que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.
2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo usa o verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação. No contexto neotestamentário tem o sentido de libertar mediante o preço de um resgate. No mundo antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente isso que Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o homem que estava preso em seus delitos e pecados (Ef 2.1,2). Tanto judeus como gentios deveriam se conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se autolibertar. 
3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto: "Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus" (Rm 3.25). A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi sacrificado por nós.

SÍNTESE DO TÓPICO I

Paulo nos mostra como Deus manifestou a sua justificação para alcançar os gentios e judeus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO


"A Doutrina da Justificação
A estudarmos a Doutrina do Pecado descobrimos que ninguém pode ser justificado pela justiça humana. Entretanto, é na doutrina da justificação, no texto de 3.1 a 5.21, que o pecador encontra o caminho da justificação, através da obra expiatória de Cristo. No primeiro estado, o pecador está perdido e sem possibilidade alguma de se justificar diante de Deus. No segundo estado, o pecador encontra Cristo que o justifica.
É a partir do capítulo 3.21 que o pecador, judeu ou gentio, encontra um novo caminho através dos méritos de Cristo Jesus. É aqui que ele pode ser perdoado e declarado livre da pena do seu pecado, perante Deus.
Justificação significa absolvição da culpa, cuja pena foi satisfeita. Significa ser declarado livre de toda culpa tendo cumprido todos os requisitos da lei.
Justificação é um termo forense que denota um ato judicial da administração da lei. Esse ato judicial legaliza a situação do transgressor perante a lei e o torna justo, isto é, livre de toda a condenação.  Cristo assumiu a pena do pecador e foi sentenciado no lugar do pecador. Ele sofreu a pena contra o pecador. Cumprida a pena, o veredicto final da justiça divina é a justificação do pecador. Entende-se então que ser justificado não significa que a justiça tenha sido adiada, ou que ela não tenha sido cumprida" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.52).

II - A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)

1. A justificação se opõe à salvação meritória. Paulo desejava que o seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao método da diatribe, se adiantando em responder as contestações que seus interlocutores poderiam fazer-lhe. "Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé" (Rm 3.27). A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus o justificaria pelo que fazia. No entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não faça, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então do orgulho judaico que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus e das boas obras que praticavam? Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas palavras do apóstolo, não! É bem fácil imaginar que para um judeu devoto, guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino da justificação "pela fé somente" era bem difícil de digerir. Não é fácil abrirmos mão do nosso orgulho e deixarmos de nos vangloriarmos pelos nossos feitos. Todavia, a doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que "o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei" (Rm 3.28).
2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A segunda indagação que Paulo procura responder é a seguinte: "É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente" (Rm 3.29). Esse é outro ponto que contrastava com a crença do judaísmo do primeiro século - o exclusivismo. A doutrina da justificação pela fé revela que Deus não é somente dos judeus, que se achavam privilegiados pelo legalismo em relação à Torá, mas dos gentios também. Deus não é uma divindade nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a Terra. Não há dúvidas de  que Paulo tinha em mente o shema judaico quando argumentou sobre esse assunto: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR" (Dt 6.4). Se Deus é o único Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o Deus dos gentios também. Não podemos cair no erro de achar que Deus é nossa propriedade exclusiva.
3. A justificação se opõe ao antinomismo. "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei" (Rm 3.31). Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção. Os judeus legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido. Paulo estaria ensinando que a justificação pela fé tornara a lei desprezível? A resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha a função de servir de condutora até Cristo, mas com os homens que se mostraram incapazes de cumpri-la. Nem judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei. Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer tentativa de cumprir a Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único habilitado a fazê-lo - Jesus Cristo, nosso Senhor.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A justificação anunciada por Paulo se opunha a ideia que os judeus tinham da salvação por méritos religiosos.

III - A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)

1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na seção de Romanos 4.1-8, o apóstolo Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas obras. A antiga tradição judaica afirmava que Abraão já guardava a Torá, mesmo tendo vivido séculos antes dela. Ele a teria guardado por "antecipação", pois segundo o judaísmo, apoiando-se em Gênesis 17.23, Abraão é circuncidado como sinal da aliança entre ele e Deus. Da mesma forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal crença (Gn 22). Em outras palavras, as obras justificaram Abraão. Contra essa argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da Lei. O que justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus fez por ele. Esse é o princípio do Evangelho - somos aceitos não pelo que fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós.
2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na Aliança Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e faria do seu servo uma bênção para todos os povos (Gn 12.1-3). Fazendo referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem mesmo era circuncidado (Rm 4.10-15). A própria crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn 15.5,6). Para Paulo, se as bênçãos divinas prometidas a Abraão dependessem da obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.
3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na teologia de Paulo em Romanos 4.18-25há um paralelismo entre a fé de Abraão e a fé do cristão - ambos creram em um Deus que torna possível as coisas impossíveis. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já "amortecido" pelo fato de sua idade avançada, e dessa forma recompensou a sua fé. A sua fé, mesmo contra as evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22). Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o Filho de Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão cumpridas (Rm 4.23,25).

SÍNTESE DO TÓPICO III

Paulo se utiliza do exemplo do patriarca Abraão para mostrar que a justificação é somente pela fé.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO


"Paulo diz que, se Abraão, o pai dos judeus segundo a carne, tivesse sido julgado por obras ou justiça própria, teria que gloriar-se diante de Deus. Porém o que aprendemos é que Abraão foi como qualquer outro homem, pecador e sem justiça nenhuma. Ele foi declarado justo por meio da fé (Rm 4.3). Os judeus vangloriavam-se em Abraão e criam que isto lhes garantiria a justificação, apenas por serem 'filhos de Abraão segundo a carne". Os versículos 4 e 5, apresentam dois modos de justificação: por méritos  e  por graça.
A justificação por méritos se baseia nas obras do homem para obter a sua salvação. A justificação por graça baseia-se sobre o princípio da fé. Deus justifica o pecador pela fé. Ele imputa justiça ao que crê, isto é pela graça de Deus" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.59).

CONCLUSÃO


Chegamos ao final de uma importante lição sobre a doutrina da justificação pela fé. Nesta lição aprendemos que Paulo recorreu a experiência do patriarca Abraão para argumentar contra a crença judaica que associava a aceitação das obras como garantia de justificação diante de Deus. Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o velho patriarca não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus. As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança, decorrem exclusivamente da graça de Deus em resposta a fé.